CIDADE (ainda) PROIBIDA

Amigos e serezumanos adjacentes...

Graças a DEUS continuo vivo, com saúde e feliz pelo andamento das coisas.
Obrigado aos meus amiguinhos que têm me escrito, tem sido bom ler mails, coments, posts e artigos sui generis.

Nunca foi tão divertido e compensador fazer um blog. O relato das andanças me faz revivê-las e guardá-las para a posteridade acaus q minha memória é um Lentium de 256kb.

Bem, escrevo-lhes hoje com um mix de deslumbramento com inconformismo. Não tinha a pálida idéia do que se tratava a Cidade Proibida, que tantas vezes confundi com cidade perdida. A proibição é bem mais perturbadora que a falta de orientação geográfica. Faltou tropicalismo ao povo chinês dos séculos e séculos anteriores. É absurdamente GIGANTE a chamada Cidade Proibida. Quando pensei que estava cansado de andar e que já tinha visto tudo não estava nem em 1/5 do trecho. Foram 2h40 cortando na alta, andando lá dentro em uma únca direção e sentido. Pra frente, pra frente e pra frente. Assim que acabar de postar este, irei ao Google Mas pra ver em satélite do que se trata mesmo. Tenho certeza que ficarei ainda mais admirado.

Ocorre que o local é um MONSTRO de suntuosidade, luxo e provavelmente de luxúria. Obras de arte difíceis e caríssimas povoam o local. Construções de casas e pequenos palácios ricos em detalhes, superstições, idolatrias em geral e de adoração ao imperador. Vê-se claramente nas histórias contadas pelas paredes, colunas e totens que o povo chinês vivia quase que exclusivamente para a servidão exacerbada e irrevogável à família imperial. Se toda a China na época fosse recoberta de "glória" e "poder" assim, já seria a maior potência mundial desde sempre.

Pequenas criancinhas (maravilhosas por sinal) exercem a tradição recebida de seus pais, pais dos pais e toda a ancestralidade através de toques específicos em partes específicas de específicos artefatos ali localizados, dispersos pelos inúmeros pátios, cada um deles maior e mais adornado que o anterior. Peças de materiais nobres enchem os pisos, paredes, tetos e toda a parte. Longe de exibir uma riquieza latente e afrontante como o Palácio de Versailhes, a Cidade Proibida, no entando aponta para uma segregação ainda mais intensa que a enfrentada por Danton, Marat, Robespierre e tantos outros. Enquanto o imperador e sua família eram congraçados com dádivas físicas e devoções de toda ordem, o povo chinês amargava a saga de arrancar com as mãos o leite da pedra para o sustento da boçalidade imperial e, se sobejasse, dos filhos.

À excessão do "pequeno" descuido do líder com seu povo - o que certamente afetou na formatação de toda uma nação e de, alguma forma, certamente está aí, presente nas ruas de Beijing e todas suas milhares e milhares de cidades - bem, à essa exceção, olhando-se pelas lentes de um turista é um excelente passeio. Muuuuuuuuita gente, vcs não têm noção do mundaréu. Belos cenários, belas paisagens, clima frio com sol, belas fotografias, belíssimo enriquecimento cultural em geral. Árvores milenares, crianças recém saídas do silêncio, moços, moças, velhos, velhas... orientais, ocidentais (raros), restrições de toda ordem, guardas trajados de grilo falante, guardas à paisana e agentes do governo, obviamente. Esses últimos não os vi com os olhos de cristalino, mas com a percepção simples do modus operandi de todo o cartel.

Ahhh... sei lá. Tergiversar sobre o que vi e senti poderia levar-me (-nos) a conclusões subjetivas, talvez incertas, mas com certeza incompletas. Prefiro apenas pincelar suavemente nesta aquarela um pouquinho do que existe ali de tridimensional e incontestável. Isto que as fotos mostram super superficialmente. Estar lá... é uma outra história, história pra oooooooooutro blog...

São inúmeros os monumentos importantes que cercam a Cidade Proibida e, lá fora, a Praça Celestial. Todos, ou quase todos fazem no nome referência direta ao POVO. A impressão que se tem é que tudo saiu do povo, pelo povo, com o povo, para o povo, mas este mesmo povo, se não pagar pra entrar não tem o dirento sequer de conhecer os tesouros culturais de sua própria terra. O povo (palavra desgastada) é tratado ainda a ferro quente. Não em relação à violência física, mas no tocante à violência psicológica. Guardas fardados de grilo e outros à paisana por todos os lados. Estes seres quase alienígenas, intocáveis, inquestionáveis desfilam por corredores, atrás das portas, atrás das câmeras de vídeo invisíveis. O povo deve apenas cumprir sua função precípua: cultuar o governo e amá-lo sobre todas as coisas.

Tirei N fotos da belíssima Praça Celestial. Perdi TODAS, TODAS!!! Talvez por problema do cartão de memória, ou da câmera ou de ambos. Mas fato é que neste momento, neste instante exato não me corrói a perda. Em breve sentirei falta de fotos tão importantes dentro da história recente da China. Mas agora... tô bem sem elas, obrigado.

E termino a seqüência de fotos com o muro que cerca o proibido, o inacessível. O muro da vergonha, símbolo da separação de classes, ícone da falta de liberdade e da limitação em sua expressão mais completa. Sim, muro de lamentações sim. O intocado muro da vergonha que ainda tá de pé e firme como o sistema vigente, como a distorção de valores, como o sectarismo.

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Well, voltando ao clima bloguístico seguem os vids, vids, vids. Chamo a atenção de vcs aos dois últimos, que me deram um prazer maior em gravar.
Beijos p vcs meus COMPARSAS!!!

LET'S GO!

DESFOCADO:

ACTION!!!

NÃO ACHO NADA, DESCULPAÊ

"É MATO!"

BEHIND ME

DOIS CHINESINHOS

...E CONTINUA PROIBIDA...

Enquanto os vídeos carregavam fui ao Google Maps e montei uma sequencia de 4 fotos numa só p mostrar p v6 o bagulho. ACIMA da linha vermelha é tudo a Cidade Proibida. Dentro do retângulo verde se encontra a Praça Celestial (se a visualização não estiver decente, sugiro clicar na foto).


Por hoje é só, pessoal! That's all Folks!
Aguardo que me escrevam tá?

Aninha, Raquel! Pai AMA vocês!! Tão gostando do passeio? (;

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